Deputada quer CPI que mira big techs, exploração sexual e adultização de meninas e meninos na internet¨

A deputada estadual Beth Sahão (PT) protocolou na quinta-feira, 14, na Alesp, requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com objetivo de investigar a responsabilidade de big techs e produtores de conteúdo em práticas como a exploração e adultização de crianças e adolescentes.
O documento prevê que a CPI seja composta por nove deputados e estabelece prazo de 120 dias para conclusão dos trabalhos e as devidas responsabilizações que ficarem evidenciadas no curso das apurações.
“Reconhecemos a importância de se apurar as responsabilidades dos indivíduos que monetizam às custas da exploração de crianças e adolescentes, buscando identificar influenciadores ou redes criminosas que atuam no Estado de São Paulo”, consta em trecho da justificativa do pedido assinado pela deputada, fazendo menção à denúncia do influenciador digital Felipe Bressamin Pereira, o Felca, sobre a exploração de crianças e adolescentes em conteúdos que circulam nas redes sociais. Fato que já expôs um destes suspeitos, Hytalo Santos, preso na sexta-feira, 15, em Carapicuíba.
“Acreditamos que o problema é muito mais amplo, uma vez que envolve grandes plataformas de tecnologia, como Instagram, TikTok, Kawai, X e Youtube que, além de se mostrarem omissas em relação aos problemas expostos, ainda faturam grandes somas em dinheiro, graças, também, a conteúdos que sexualizam meninas e meninos ou que os expõem a situações ridículas e vexatórias”, acrescenta o requerimento.
A deputada adiantou que o primeiro ato da CPI, uma vez instalada, será convocar os executivos destas big techs. “Vamos chamá-los para que prestem os devidos esclarecimentos. Aliás, é exatamente por essa razão que sou favorável à regulamentação destas plataformas, diferente do pessoal da direita que defende uma falsa liberdade de expressão, mas que acaba por acobertar exploradores sexuais e pedófilos”, afirma Beth.